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Parque Nacional de Itatiaia, RJ

Assista o vídeo do PN Itatiaia, RJ 

 

Abaixo, o Pico das Agulhas Negras, o ponto culminante do maciço de Itatiaia

Saiba Mais

Unidades de Conservação: são áreas espacialmente definidas, terrestres ou marinhas, estaduais, federais ou municipais, criadas e regulamentadas por meio de leis ou decretos. Seus objetivos são a conservação in situ da biodiversidade e da paisagem, bem como a manutenção do conjunto dos seres vivos em seu ambiente (plantas, animais, micro-organismos, rios, lagos, cachoeiras, morros, picos, entre outros), de modo que possam existir sem sofrer grandes impactos das ações humanas.

O mais antigo da América Latina! Criado em 1937 no
governo de Getúlio Vargas, foi a primeira área do País a se constituir oficialmente em Unidade de Conservação federal, impressiona pela sua beleza, preservação e conservação 
do seu rico patrimônio ecológico

Texto e fotos Nilton Pavin Vídeo Fabrício Marvel

 

O pioneiro dos parques nacionais é uma região estratégica que abriga verdadeiras maravilhas da natureza. Suas rochas pontiagudas apontadas para o céu servem até hoje de inspiração para alpinistas experientes. Localizado na divisa entre os estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, na Serra da Mantiqueira, o Parque Nacional do Itatiaia situa-se em terras dos municípios fluminenses de Resende e Itatiaia, mas também abrange as cidades mineiras de Itamonte, Alagoa e Bocaina de Minas.   

Como Unidade de Conservação federal, tem como objetivo conservar e preservar, para fins científicos, educacionais, paisagísticos e recreativos, seus patrimônios cultural e natural. 

O nome Itatiaia significa “pedra cheia de pontas” devido ao aspecto de suas formações rochosas. Em seus 30.000 hectares de área e em um perímetro de 90 quilômetros, o Parque atrai 100 mil visitantes todos os anos, a maioria para observar de perto toda a riqueza de fauna e flora que abriga.

O Parque está dividido em dois ambientes distintos: a Parte Baixa, 750 metros acima do nível do mar, onde fica a sede, reserva uma porção de Mata Atlântica, cachoeiras e nascentes.

A floresta é composta por grandes árvores e plantas ornamentais, mas vai se transformando conforme vai-se alcançando o Planalto, ou a Parte Alta. É nessa porção que fica o ponto culminante do maciço de Itatiaia, o Pico do Itatiaiaçu, o mais popularmente conhecido Pico das Agulhas Negras.

Com seus 2.787 metros de altitude, o Itatiaiaçu é o ponto mais alto do estado do Rio de Janeiro e o sétimo mais alto do País. Ele possui diversas vias de escalada e abriga piscinas naturais cristalinas, porém geladas devido às baixas temperaturas.

Nesta região, é predominante o aparecimento de plantas de florestas tropicais e temperadas como a conífera denominada pinheiro-do-pará. Acima dos 2.000 metros de altitude, a paisagem é convertida de florestas para campos de altitude, vegetação típica de regiões onde as latitudes são bastante altas.

Destaque para os jequitibás, as quaresmeiras, os cedros e as samambaias, que são abundantes, principalmente nas proximidades de riachos e cachoeiras. Nos Campos de Altitude a flora é formada principalmente por gramíneas como os bambuzinhos, bromélias, musgos e orquídeas.

 

História

Data de 1913 a primeira solicitação de criação do Parque Nacional do Itatiaia, proposta pelo botânico Albert Löfgren ao Ministério da Agricultura. A proposta teve grande apoio da Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro, especialmente do naturalista e geógrafo José Hubmayer, que defendeu a ideia de se instalar um Parque Nacional na região.

Na época, ele afirmou que o Parque Nacional do Itatiaia seria “sem igual no mundo, estaria às portas da bela capital, oferecendo, portanto, aos cientistas e estudiosos, inesgotável potencial para pesquisas as mais diversas, além de oferecer um retiro ideal para a reconstituição física e psicológica após o trabalho exaustivo nas cidades. Outrossim, apresentaria fonte de satisfação a excursionistas e visitantes curiosos dos atrativos da natureza local”.

O Parque Nacional do Itatiaia foi criado somente 24 anos depois, no lugar de uma Estação Biológica do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, através do Decreto Federal n° 1713/37 de 14 de junho de 1937.

As terras que hoje constituem o Parque pertenciam a Irineu Evangelista
de Souza, o Visconde de Mauá, e foram adquiridas pela Fazenda Federal em 1908 para a criação de dois núcleos coloniais que, porém,
não foram bem-sucedidos, passando as terras para o Ministério da Agricultura, o qual, em 1929, criou uma Estação Biológica
subordinada ao Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

 

Fauna

Entre as espécies animais endêmicas do Parque, o muriqui (maior primata neotropical), a onça, o lobo-guará, o sagui, a suçuarana, a jacutinga e a harpia estão ameaçados de extinção. A Parte Baixa, a mais rica, propicia abrigo para mamíferos como a paca, a preguiça, a lontra, a anta e o quati, além de porcos-do-mato e queixadas.

A avifauna típica é composta pelo inhambu-açu, jacu, pomba-amargosa, macuco e cuiu-cuiu. Também são observados o beija-flor (colibri, beija-flor-de-cor-roxa entre outros), tucanos-de-bico-verde e guachos. São quase 300 espécies conhecidas de aves, com cerca de 40 vivendo na região mais elevada. Dos répteis, além dos ofídios peçonhentos, o teiú e a tartaruga d’água circulam pela reserva.

 

Problemas que afetam a Unidade de Conservação e seu entorno

Nos períodos mais secos do ano, entre julho e setembro, há o risco constante de incêndios, decorrentes de prática de queimadas pelos vizinhos que ameaçam a flora e a fauna da região. Somente em setembro de 2011, um incêndio destruiu 200 hectares da reserva.

Existe ainda a questão da extração ilegal de palmito dentro do Parque. Para se ter uma ideia, em dezembro do ano passado a Polícia Rodoviária Federal apreendeu mais de 400 Kg de palmito Jussara que haviam sido retirados ilegalmente do Itatiaia.

Outra questão polêmica é com relação às suas terras. Como sua desapropriação ainda não foi concluída (pouco mais de 30% da área está regularizada), até hoje há fazendas e pousadas particulares na região.

 

Principais pontos de visitação

Mirante do Último Adeus - formação rochosa de 90 metros de
altura de onde se observa uma belíssima paisagem panorâmica do Parque, de suas matas e do Rio Campo Belo.

Centro de Visitantes - composto de Museu Regional da Fauna e Flora, biblioteca técnico-científica, auditório com 64 lugares e laboratório científico. O museu contém exemplares da fauna e flora da região, cujo acervo possui grande valor científico. Plantas, mamíferos, répteis, aves e insetos estão em exposição permanente e representam uma amostra da riqueza natural do Parque. A biblioteca possui importantes obras raras e documentos para apoio a pesquisas. O Centro de Visitantes também é responsável pelo Núcleo de Educação Ambiental e pelo Núcleo de Pesquisa.

Lago Azul - lago natural do Rio Campo Belo, recomendado para
banho de cachoeira. Possui quiosques com churrasqueiras,
os quais podem ser usados mediante reserva antecipada na administração ou no portão principal do Parque.

Cachoeira Poranga - cachoeira de grande volume que cai em
uma piscina natural. Tanto a trilha de acesso quanto o banho
de rio exigem alguma experiência do visitante.

Piscina Natural do Maromba - a 1.100 metros de altitude, onde o rio se acalma para formar uma grande piscina natural. De grandes dimensões, a piscina natural é muito utilizada por banhistas experientes.

Cachoeira ltaporani - no final de uma trilha que penetra pela mata o visitante depara-se com esta bela cachoeira e com o lago que ela forma.

Véu de Noiva - no final de uma rústica picada, com pontes e escadas de madeira ou pedra, chega-se ao Córrego Maromba que cai repentinamente de uma altura de 40 metros formando esta belíssima cachoeira. Na época do verão suas águas se avolumam, fazendo jus ao nome.

Três Picos - localizado no final de uma trilha de 6 quilômetros por dentro da Mata Atlântica, oferece uma visão do vale do Rio Paraíba, do Parque e dos contrafortes da Serra da Mantiqueira.

Abrigo Rebouças - abrigo para 28 pessoas, localizado a 2.540 metros
de altitude. É utilizado por grupos de pesquisadores e montanhistas.
As forças armadas também utilizam este abrigo para treinamento em montanha. A estrada de acesso ao abrigo é a mais alta do país atingindo
a altitude de 2.500 metros. No inverno a temperatura de até 15 graus negativos provoca geadas e, menos frequentemente, neve. A umidade
é extremamente baixa e, devido à vegetação rasteira da região,
é grande o risco de incêndios florestais.

Prateleiras - interessante formação rochosa muito procurada por
alpinistas. De seu topo descortina-se a belíssima paisagem do vale do
rio Paraíba do Sul. Possui diversas vias de escalada de diversos
graus de dificuldade. Próximo às Prateleiras existem diversos lagos
e curiosas formações rochosas como a Pedra da Tartaruga,
a Pedra da Maçã e a Pedra Assentada.

Pedra do Altar - formação rochosa acessível por caminhada através
de uma trilha. Possui uma face com diversas vias de escalada
de elevado grau de dificuldade.

Cachoeira do Aiuruoca - o rio Aiuruoca nasce no Planalto do Itatiaia
e vai desaguar no rio Grande, no sul de Minas Gerais. Uma trilha
de 6 quilômetros acessa esta belíssima cachoeira de águas geladas.

 

Horário de funcionamento

Parte Baixa: das 8 às 17h.

Parte Alta: das 7 às 14h. A permanência estende-se até às 17h, impreterivelmente. Os visitantes que agendam o estacionamento na Parte Alta só poderão entrar com seus veículos até às 9h e retornar da área de estacionamento a partir das 14h30 no sentido Abrigo Rebouças - Posto 3.

Hotéis e pousadas: Podem ser pesquisados nas Secretarias de Turismo de Itatiaia (www.itatiaia.rj.gov.br) e de Itamonte (www.itamonte.mg.gov.br).

Valor do ingresso: Individual: R$ 20,00 (o visitante brasileiro tem desconto de 50%). Caso o visitante pretenda permanecer no Parque Nacional
do Itatiaia por mais de um dia, terá direito a um desconto de 50% (final de semana e feriado) e 90% (dia de semana) sobre o valor do
ingresso integral individual.

Como chegar à Parte Baixa: Saindo do Rio de Janeiro ou São Paulo, seguir pela Rodovia Presidente Dutra até a cidade de Itatiaia, na altura do km 318. A viagem dura aproximadamente 2h30min vindo do Rio de Janeiro e 3 horas saindo de São Paulo.

Como chegar à Parte Alta: Saindo do Rio de Janeiro ou São Paulo, seguir pela Rodovia Presidente Dutra até o povoado de Engenheiro Passos. Daí, seguir 23 quilômetros da estrada Rio-Caxambú (Circuitos das Águas) até o local conhecido como Garganta do Registro. A partir daí, começa a subida de 18 quilômetros da estrada oficial da Parte Alta.

Localização do Parque (waypoint): situa-se geograficamente entre os 22º19’ e 22º45’ latitude Sul e 44º15’ e 44º50’ de longitude W.

 

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