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Hidrelétrica de Itaipu

A binacional 

A 20 quilômetros das Cataratas do Iguaçu, brasileiros e paraguaios irmanados construíram a maior usina hidrelétrica

do mundo em geração de energia

Texto e fotos Nilton Pavin

 

Em 1973, um grupo de técnicos percorre o rio Paraná de barco, em busca do ponto mais indicado para a construção da Itaipu Binacional. O local é escolhido após a realização de vários estudos. O trecho do rio é conhecido como Itaipu, que, em tupi, quer dizer a pedra que canta.

Naquele local, encontrava-se uma ilha, quase sempre submersa, chamada Itaipu, logo após uma curva acentuada de rio, onde a correnteza parecia medir forças com os barrancos e a poucos quilômetros da confluência com o rio Iguaçu. Estudos indicavam para aquele ponto um rendimento energético excepcional, em virtude de um longo cânion escavado pelo rio.

Entre 1975 e 1978, mais de 9 mil moradias são construídas nas duas margens para abrigar os homens que atuam na obra. Na época, Foz do Iguaçu era uma cidade com apenas duas ruas asfaltadas e cerca de 20 mil habitantes. Em dez anos, a população passou para mais de 100 mil pessoas.

Nos canteiros de obras, o grande desafio dos trabalhadores é alterar o curso do rio Paraná, removendo 55 milhões de metros cúbicos de terra e rocha para escavar um desvio de 2 quilômetros. O engenheiro Gomurka Sarkaria é o responsável pelo modelo da barragem, do tipo gravidade aliviada, formando aberturas que lembram a estrutura de uma catedral.

A Itaipu Binacional passa a ser uma realidade irreversível.
A escavação do desvio do rio Paraná termina dentro do prazo.
Em 20 de outubro de 1978, 58 toneladas de dinamite explodem as duas ensecadeiras que protegiam a construção do novo curso.
O desvio tem 2 quilômetros de extensão, 150 metros de largura e 90 de profundidade. No mesmo dia é assinado um contrato de US$ 800 milhões, que garante a compra de turbinas e dos turbo-geradores.

 

Dez andares por hora

A nova etapa de construção da Itaipu Binacional foi a concretagem
da barragem. Em um único dia (14 de novembro de 1978),
são lançados na obra 7.207 metros cúbicos de concreto, um recorde
sul-americano, o equivalente a um prédio de dez andares a
cada hora (24 edifícios no mesmo dia).

A obra ganha contornos de uma operação bélica. Em 1980, o transporte de materiais para a Itaipu Binacional mobilizou 20.113 caminhões e 6.648 vagões ferroviários Entre 1978 e 1981, até 5 mil pessoas eram contratadas por mês. Ao final da obra foram cadastrados 100 mil trabalhadores.

As obras da barragem chegam ao fim em outubro de 1982. Mas os trabalhos na Itaipu não param. O fechamento das comportas do canal de desvio, para a formatação do reservatório da usina, dá início à operação Mymba Kuera (que em tupi-guarani quer dizer pega-bicho). A operação salva a vida de 36.450 animais que viviam na área a ser inundada do lago. Devido às chuvas fortes e enchentes da época, as correntezas do rio Paraná levaram 14 dias para encher o reservatório. A lâmina de água soma 135 mil.

 

Itaipu em números

Volume de água no nível máximo normal: 29 bilhões de metros cúbicos

Reservatório

Extensão: 170 Km

Nível máximo normal (cota): 220 m

Área no nível máximo normal: 1.350 quilômetros quadrados

Vertedouro

Vazão máxima: 62,2 mil metros cúbicos por segundo

Cap. máxima de descarga: 162.200 metros cúbicos por segundo

Comprimento: 483 metros

Comportas: 14 unidades

Dimensões das comportas: 21 metros de altura e 20 metros de largura

Barragem

Altura: 196 metros

Comprimento total: 7.919 metros

Bacia Hidrográfica

Área: 820.000 quilômetros quadrados

Precipitação média anual: 1.650 milímetros

Vazão média afluente: 11.663 metros cúbicos por segundo

Unidades geradoras

Quantidade: 20

Potência: 700 MW

Tensão: 18 kV

Frequência: 50 e 60 Hz

Queda: 118,4 metros

Vazão Nominal: 690 metros cúbicos por segundo

Peso: 6.600 t

Casa de Força

Comprimento: 968 metros

Largura: 99 metros

Altura máxima: 112 metros

Condutos forçados

Quantidade: 20

Comprimento: 142 metros

Diâmetro interno: 10,5 metros

Descarga nominal: 690 metros cúbicos por segundo

Turbinas

Vazão nominal: 690 metros cúbicos de água por segundo

Escavações

Volume de escavações de terra: 23,6 milhões de metros cúbicos

Materiais

Volume de concreto utilizado: 12,7 milhões de metros cúbicos

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