Projeto Albatroz, preservação de aves marinhas
- Nilton Pavin
- 21 de dez. de 2015
- 3 min de leitura

O Projeto Albatroz, uma organização não-governamental, formulou medidas que protegem as aves, a sensibilização da sociedade quanto à importância da existência dos albatrozes e petréis para o equilíbrio do meio ambiente marinho. O projeto é patrocinado pela Petrobras desde 2006, por meio do Programa Petrobras Socioambiental, e tem o apoio da Royal Society for Protection of Birds (RSPB), da Birdlife International, do programa Albatross Task Force (ATF), da Save Brasil e do Ministério da Pesca e Aquicultura, além da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), da Universidade Federal do Rio Grande (FURG) e do Governo do Estado do Espírito Santo, por meio do seu Instituto Estadual de Meio Ambiente.
Suas atividades estão relatadas no livro e vídeo Albatroz, um projeto pela vida, reúne imagens e relatos de pesquisadores, pescadores e parceiros, a história desta iniciativa, que completará 25 anos, tem com objetivo de reduzir a captura acidental de albatrozes e petréis, aves marinhas ameaçadas de extinção. Além disto, aborda a relação com os pescadores, que se revelaram parceiros fundamentais do projeto, ajudando a conciliar a pesca com a conservação das aves. O livro, com 132 páginas, disponível em livrarias de São Paulo, Santos e do Rio de Janeiro, e o vídeo, de 38 minutos, está disponível no canal do Youtube, através do link www.youtube.com/watch?v=ws_FpdvVOG8. Além de abordar as principais características do comportamento de albatrozes e petréis, o material apresenta os marcos da trajetória da organização, entre eles, a criação do Instituto Albatroz; a construção da relação com órgãos internacionais – como o Acordo para a Conservação de Albatrozes e Petréis, do qual o Brasil passou a fazer parte em 2008; a parceria com a Petrobras; e o histórico do desenvolvimento de tecnologias para diminuir a captura das aves pelos barcos de pesca.
Parceria com pescadores
A fêmea albatroz só consegue pôr um ovo a cada um ou dois anos. Algumas das aves vêm da Nova Zelândia para a região sul e sudeste do país, e chegam a percorrer mais de mil quilômetros em busca de alimento, sendo um dos principais atrativos as iscas que são jogadas pelos pescadores em alto mar. Esta é a principal ameaça de extinção das espécies no país. Segundo a coordenadora do projeto e responsável pela publicação do material, Tatiana Neves, no início, estimativas mostravam que dez mil aves eram mortas todo ano, no Brasil. "Elas acabavam engolindo as iscas com anzol e, de modo acidental, eram fisgadas e arrastadas para o fundo do mar. Os pescadores não tinham como salvar as aves e também acabavam tendo prejuízo na pesca", relata. Para ajudar a reverter o quadro, o projeto identificou na parceria com os pescadores a principal solução para desenvolver medidas eficazes. Uma delas é a do toriline, equipamento que consiste em dois postes fixados na popa da embarcação e dos quais partem, presas em linhas de náilon, fitas coloridas que ajudam a afugentar as aves para longe dos anzóis. Apesar de já existir, o toriline utilizado no resto do mundo não era o ideal para os barcos brasileiros. "Foi então que um mestre de pesca desenvolveu outro modelo, de fitas mais curtas, que foi sendo adaptado ao longo dos anos e, hoje, seu uso em embarcações de pesca já virou lei nacional", ressalta Tatiana. As iniciativas do projeto ainda contam com a parceria do Projeto Tamar, pois também ajudam a reduzir a captura acidental de tartarugas marinhas.
Os pesquisadores do Projeto Albatroz realizam as atividades nas cidades de Santos e Guarujá (SP), Itajaí e Navegantes (SC), Itaipava (ES) e Rio Grande (RS). O projeto, nos últimos anos, além de ampliar as pesquisas, atendeu a pescadores, além crianças e professores de escolas públicas e privadas, com atividades de educação ambiental. Também conseguiu sensibilizar dezenas de milhares de pessoas sobre a importância da preservação destas aves.
Rede Biomar
Ele tem como linhas de atuação a ampliação do conhecimento científico sobre as espécies, a promoção da inclusão social das comunidades que vivem nas áreas de atuação dos projetos, programas de educação ambiental, fortalecimento de políticas públicas e atividades de comunicação sobre sustentabilidade, entre outras.

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